quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

PERIGOS QUE RONDAM O MINISTÉRIO PASTORAL



Diante de tantos desafios que cercam o ministério pastoral gostaria de citar apenas dois perigos.

1º Perigo: O perigo de envolver-se tanto em atividades que negligenciamos nossa vida devocional .
Penso que na essência, todo pastor deseja grandes mudanças em suas igrejas e daí a quantidade exorbitante de atividades a que nos entregamos todos os dias: aconselhamentos, visitas, escrever artigos, fazer ligações telefônicas, preparar estudos e sermões, separar tempo para planejar, reunir-se com a liderança, etc...
Obviamente, existe por trás deste excesso de atividades uma cultura – nosso mundo é voltado para o sucesso. Em razão disso, em nossas muitas atividades eclesiásticas somos cada vez mais dominados por superlativos. Orgulhamos por ter uma grande Igreja, um grande coral, um grande...
Conscientemente ou não, corremos atrás de atender a um modelo ideal de pastor estigmatizado por esta cultura do sucesso que é aquele líder que está sempre ocupado, sem tempo para mais nada. Se estar atarefado é ser importante, então preciso estar atarefado . Tornamo-nos daí pastores compulsivos, onde nossa identidade pastoral passa a ser derivada de nossas atividades. Sutilmente somos enganados, e por fazermos parte de uma sociedade competitiva, constantemente temos que provar o nosso valor, a nossa utilidade, e para tanto, procuramos nos manter sempre ocupado. Abro aqui um parêntesis para recomendar a leitura do livro de Henry Nouwen “ No Nome de Jesus” , onde o autor fala de três tentações mais comuns no ministério pastoral: ser relevante, ser espetacular e ser poderoso. Mas voltando; como evitar cair na armadilha do excesso de atividades? A resposta é a mais simples possível: Precisamos praticar um tempo a sós com Deus. Parece uma ousadia falar assim aos pastores, mas aqui falo também como pastor - em nossa vida agitada e cheia de atividades temos fracassado em separar tempo para a solidão afim de aprofundarmos nossa vida espiritual. Solidão é o remédio contra o ativismo pastoral. Cito Henry Nouwen quando ele afirma que na solidão, descobrimos que ser é mais importante que ter e que valemos muito mais que o resultado de nossos esforços.
Aprendemos com nosso Senhor Jesus em Lucas 5:15,16, que a ação interna (oração) tem precedência sobre a ação externa (proclamação). O v.15 nos informa que muitas pessoas procuravam a Jesus para serem curadas por ele e o v.16 afirma “ele porém se retirava para lugares solitários e orava”. Jesus percebeu o perigo e não caiu na armadilha de se entregar ás atividades, negligenciando sua vida devocional.
O pastor que imita as ações e a pregação de Jesus, sem, ao mesmo tempo, imitar sua vida profunda de oração, são um prejuízo para a fé e um empecilho para o crescimento da igreja.
Nós pastores insistimos com nossas ovelhas sobre a necessidade delas terem um tempo a sós com Deus. Mas não podemos nos esquecer que somos ovelhas também, e que ter uma vida profunda de oração não perde o seu valor quando somos ordenados ao ministério.

2º Perigo : O perigo de reduzir a funções e projetos a pessoas que Deus nos mandou pastorear.
Corremos o perigo de abandonarmos nossa função como pastor, deixando de pastorear pessoas, e nos tornamos administradores e secretários de Igrejas. Começamos a medir o sucesso no ministério pela popularidade de nossos projetos, dos terrenos que a igreja adquiriu, das reformas feitas na estrutura física da igreja durante nosso pastorado ali, do formato novo do boletim informativo, etc... Quando olhamos para o ministério de Jesus, verificamos que ele passou mais tempo cuidando de pessoas e conversando com elas do que em qualquer outra coisa. Jesus não era inclinado à programas, mas à pessoas. Diferentemente de nós que somos movidos para a produção.
Não me entendam mal. A princípio não há nada de errado em tudo isto; o perigo é sutil. Neste processo da secularização da igreja, movida á produção, homens e mulheres com quem vivemos e trabalhamos podem se tornar meros objetos. Pouco a pouco todos se transformam em instrumentos de trabalho. Sob a pressão de que estão trabalhando para Jesus, usamos estas pessoas como empregados para cumprirem uma missão que nem sempre é de Deus e sim do pastor.
Talvez devêssemos perguntar: Como posso saber se estou sendo bem sucedido no cumprimento de meu ministério? Creio que Efésios 4:11-15 delineia qual é a expectativa de Deus para nós pastores – Dentre algumas das medidas de sucesso em nosso ministério, está o fato de que precisamos preparar pessoas para o ministério. Para fazer isto preciso gastar tempo com as pessoas – ajuda-las, ouvi-las, aconselha-las, etc... Pessoas são a razão de nosso ministério. Precisamos ser lembrados que fomos chamados para pastorear e não para administrar. Nós pastores precisamos pastorear, dedicar tempo ás nossas ovelhas para visitá-las e orienta-las espiritualmente.
Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos (Pv 27.23). Esse texto define pontualmente o que DEUS espera daqueles a quem Ele chamou para o ministério pastoral. 

 
Em Cristo,
Edmilson Santos

10 comentários:

  1. Paz de Cristo amado.Retribuindo e agradecendo a visita e comentário no blogue.Muito obrigado pela visita no blog. Que Deus abençoe.

    Em Cristo,
    Xavier Campos

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  2. Volto agora para parabenizar pelo lindo texto.
    Que Deus abençoe ricamente amado pastor.
    Amei os argumentos e principalmente os textos bíblicos,pois fazer post em blogue evangélico é assim- Escrever citando Bíblia.

    Que Deus abençoe.

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  3. Paz, meu prezado.

    Quero agradecer a visita ao PPA... Já estou seguindo o teu blog.
    Parabéns pelo espaço abençoado.
    Prossiga firme para o Alvo... O Senhor é contigo!

    Abraços,

    Robson Silva
    Prossigo para o Alvo... Fp 3.14

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  4. Parabéns pelo blog.
    Já estou te seguindo.
    Att,

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  5. Obrigada pela visita ao meu blog,amado irmão,que Deus derrame sobre sua vida muita unção de capacitação e inspiração para expansão do Reino de Deus e edificação de nossas vidas,muito bom o seu blog.Parabéns!

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  6. Parabéns pastor, pelo texto tão objetivo e real. Ele trata exatamente dos conflitos de pastores e líderes que atuam nas igrejas. Sendo bem direto as ansiedades, a quais nos deixamos envolver.
    Um alerta esclarecedor e enviado por Deus.
    Agradeço a Deus por sua vida.

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  7. Parabéns pastor, pelo texto tão objetivo e real. Ele trata exatamente dos conflitos de pastores e líderes que atuam nas igrejas. Sendo bem direto as ansiedades, a quais nos deixamos envolver.
    Um alerta esclarecedor e enviado por Deus.
    Agradeço a Deus por sua vida.

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    1. Obrigado por sua visita. Que bom que o texto te abençou. volte sempre.

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  8. Parabéns pastor, pelo texto tão objetivo e real. Ele trata exatamente dos conflitos de pastores e líderes que atuam nas igrejas. Sendo bem direto as ansiedades, a quais nos deixamos envolver.
    Um alerta esclarecedor e enviado por Deus.
    Agradeço a Deus por sua vida.

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