Os mesmos pais, o mesmo alimento
Certo homem tinha dois filhos” (Lc
15:11). Nessa parábola, os dois filhos, nascidos ao mesmo pai, representam
dois traços de caráter. O filho mais velho aparentemente demonstrava lealdade,
perseverança e diligência. O mais novo, sem dúvida, não tinha disposição para
trabalhar, não queria ter responsabildades, e não queria assumir sua parte nas
obrigações. Ambos eram da mesma herança. Ambos provavelmente tivessem recebido
idêntico amor e igual dedicação do mesmo pai. Parecia que o filho mais velho
era fiel, e o mais novo, desobediente. O que causou a diferença?
1.
Que outras histórias isso traz à sua memória? Gn
4:1-8; 25:25-34
É um fenômeno estranho, visto o tempo todo, não é?
Dois (ou mais) irmãos dos mesmos pais, que vivem no mesmo lar, que recebem os
mesmos ensinamentos, o mesmo amor, e até o mesmo alimento. Um deles se torna
religioso, fiel e determinado a servir ao Senhor, enquanto o outro, por alguma
razão, vai na direção oposta. Por mais difícil que seja entender, isso nos
mostra a realidade poderosa do livre-arbítrio. Alguns poderiam ver algo
significativo no fato de que foi o mais novo dos dois irmãos que se rebelou,
mas quem sabe a razão pela qual ele fez isso?
2.
O que podemos aprender da reação do pai ao pedido do filho? O que isso nos diz
sobre o modo de Deus Se relacionar conosco? Lc
15:12
O texto não diz que tipo de diálogo se seguiu entre
o pai e o filho, ou se o pai o censurou, pedindo que reconsiderasse, que não
fosse tão precipitado, e que refletisse bastante em suas ações. Muito
provavelmente ele tivesse refletido, mas no fim, o filho recebeu “a parte dos
bens” que era dele, e foi embora. Em toda a Bíblia, podemos ver esse mesmo
princípio: Deus concede liberdade aos seres humanos, para que façam suas
próprias escolhas, para seguir seu próprio caminho, e para viver como quiserem.
Naturalmente, como sabemos tão bem, nossas escolhas trazem consequências, as
quais nem sempre imaginamos ou prevemos.
Quais foram os resultados de algumas de suas
próprias escolhas livres ultimamente? Não é tão fácil voltar ao passado, não é?
ABRINDO AS ASAS
Imagine o pai, observando seu corajoso filho colocar as coisas na mochila, preparando-se para deixar o lar. Talvez ele tenha perguntado ao filho aonde ele iria, em que trabalharia, quais eram seus sonhos para o futuro. Não sabemos quais foram as respostas do filho. É possível que não tenham sido animadoras, pelo menos para o pai. O filho, entretanto, muito provavelmente estivesse pronto para os bons tempos à frente.
Afinal, por que
não? Ele era jovem, aventureiro, tinha dinheiro para gastar e um mundo para
conhecer. A vida na fazenda da família aparentemente lhe era enfadonha e
desagradável, em contraste com todas as possibilidades que o mundo lhe
apresentava.
3.
Que tipo de arrependimento ocorreu com o filho? Ele estava realmente
arrependido, triste pelo que fez, ou estava infeliz somente pelas consequências
do que fez? Que indícios poderiam nos dar a resposta? Lc
15:13-19
É difícil saber
como essa história terminaria se as coisas tivessem dado certo para o filho
pródigo. Suponha que ele encontrasse formas de ganhar dinheiro e de fazer com
que os bons tempos continuassem? Não é provável, pelo menos tendo em vista o
texto, que ele voltasse “ajoelhado”, não é mesmo? Quantos, entre nós, às vezes,
têm ficado realmente tristes, não tanto por causa dos pecados, mas pelas
consequências, principalmente quando somos descobertos? Mesmo o pagão mais
insensível se arrependerá do adultério se, em resultado, ele pegar herpes,
gonorreia, ou alguma outra doença sexualmente transmissível. Não há nada de
cristão na tristeza pela dor que vem de nossas escolhas erradas, não é mesmo?
O que dizer,
então, sobre esse rapaz? Não há dúvida de que a situação terrível em que ele se
encontrava tenha causado uma atitude diferente, que poderia não ter ocorrido
sob outras circunstâncias. Mas, os pensamentos de seu coração, como revelados
nos textos, demonstram um sentimento de verdadeira humildade e a compreensão de
que ele havia pecado contra seu pai e contra Deus. O discurso que ele preparou
em seu coração parecia mostrar a sinceridade de seu arrependimento.
Às vezes é
preciso que más consequências de nossas ações nos despertem para a realidade de
nossos pecados, não é? Ou seja, somente depois que nossas ações resultam em
sofrimento é que verdadeiramente nos arrependemos dessas ações, e não apenas
dos resultados. O que dizer de você e das situações que está enfrentando? Por
que não decidir evitar o pecado e poupar a si mesmo de todo sofrimento e do
arrependimento que (se espera) resultarão?
Este estudo continuará neste domingo (09/10/11)
Em Cristo,
Edmilson Santos
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