Em todos os lugares do universo, quer nos países subdesenvolvidos, emergentes ou mesmo nos chamados países de primeiro mundo, homens e mulheres, mesmo nascidos de novo, têm necessidades de ordem psicológicas não resolvidas. Problemas que angustiam, deprimem e fazem sofrer.
O conselheiro competente está ciente que as pressões psicológicas são de vertentes distintas. São várias dimensões que podem ser afetadas. Existem problemas que podem ser de ordem física, psicológica e espiritual. Portanto, o conselheiro cedo constatará, em conversa com seu aconselhado que, a pressão psicológica ora vivenciada por aquele que está diante de si pedindo ajuda pode ter sua origem, ás vezes, decorrente duma herança dos ensinamentos apreendidos na vida; outro, por falta de compreensão das promessas da nova vida em Cristo; uns com reais problemas emocionais e, ainda, outros, por estarem vivendo em desarmonia com a Palavra de Deus; esperando que o tempo apaguem seus erros. Neste caso específico, muitas vezes o problema requer uma confissão do pecado, conforme o salmista nos ensina no seu Salmo de número 32. 1-3: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. (grifo nosso). Não somos escusados de lembrar que a palavra bem-aventurado no texto sagrado sempre traz a conotação de felicidade, bem-estar emocional e espiritual.
O aconselhamento
pastoral em termos genéricos e abreviados pode ser definido como
processo de orientação espiritual e psicológico que ocorre entre dois
(ou mais) indivíduos, no qual um deles, o conselheiro, por sua posição e
capacidade, procura aplicar conhecimentos e intervenções com a intenção
de compreender, orientar, influenciar e modificar a função mental e o
comportamento do outro (aconselhado). Quanto maior for a confiança que o
conselheiro transmite ao aconselhado, maior será o poder de ajudar.
As Pessoas Precisam De Ajuda
Todos nós precisamos em algum momento da vida, de sermos ajudados, orientados ou até mesmo aconselhados.
Solicita-se ajuda num
trabalho profissional; orientação para achar um endereço, completar uma
informação; uma orientação de como reconciliar-se com o cônjuge; um
conselho ao tomar uma decisão; ajuda para compreender o filho
adolescente; enfim, busca-se ajuda para resolução de problemas que
sozinhos não podemos solucionar. Há problemas que se tornam pesos
esmagadores e somente “carregando as cargas uns dos outros”, poderemos
aliviar o fardo na caminhada e tomarmos um pouco de alento.
Soma-se a estes
problemas corriqueiros a realidade das mudanças constantes, gerando
assim uma forte carga de estresse. Mal conseguimos digerir uma mudança,
já temos que rever conceitos e comportamentos pois tudo já mudou de
novo. Ora, isso tudo interfere diretamente no estado emocional da pessoa
e muitos, por dificuldade de filtrar o que realmente vale a pena ser
mudado, entram num estado de ansiedade tal que por vezes desagua numa
depressão. Numa situação como esta, além de solidamente embasado nas
sagradas escrituras, o conselheiro precisa também ter uma visão de mundo
bastante alargada afim de que seu aconselhado sinta segurança em seguir
suas orientações e por conseguinte sentir-se acalentado.
O Que Causa Ansiedade
É próprio do ser
humano antecipar, na mente, o que irá praticar depois. Assim se
ante-vive os acontecimentos. Por outro lado, isto causa ansiedade pois o
que está lançado à frente como possibilidade, pode também gerar o medo.
O medo é o sentimento mais paralisante. É anti- vida. Em todas as
faixas etárias existem pessoas angustiadas e sobrecarregadas de dúvidas e
ansiedades. A condição social não faz diferença. Homens e mulheres
comuns, executivos, pais e mães, jovens, idosos, solteiros, casados,
divorciados, profissionais, estudantes, crianças; todos com o mesmo
problema: confusos, infelizes, ansiosos e tristes.
O Homem Como Um Ser Multidimensional
O ser humano é a
realidade mais profunda e mais complexa do universo. Não podemos
apreendê-lo, entendê-lo por uma única dimensão. Este apresenta dimensão
espiritual, somática, psíquica, racional, social, económica, estética,
ética, sexual, histórica, afectiva e muitas outras dimensões. Portanto,
ao olharmos para as pessoas, com o intuito de ajudá-las, precisamos
compreendê-las nos seus vários matizes, com espírito conjuntivo e não
disjuntivo, isto é, não se pode olhar apenas uma parte, mas o conjunto
todo, o ser humano por inteiro. O pastor e psicólogo Albert Friesen
corrobora esta idéia:
“O aconselhamento
pastoral deve tratar das tensões interiores e dos diferentes complexos
que interferem na qualidade de vida. Deve promover a libertação de
atitudes inadequadas e distorções de percepção quanto à realidade. Deve
favorecer a libertação dos medos, culpas e das iras inadequadas. Estas
tarefas deverão ser efetuadas com os recursos da Palavra de Deus, somado
aos recursos que o conselheiro poderá obter da psicologia. Os recursos
bíblicos devem permanecer básicos e preponderantes, estes como
diretrizes, o outro como complementar e auxílio instrumental do
aconselhamento”.
Encontrando o Equilíbrio Emocional e Espiritual Através do Aconselhamento Pastoral
Muitas pessoas aceitam
a Cristo, e em novidade de vida, no conhecimento da verdade, conseguem
superar os problemas existenciais com facilidade, conforme atesta o
texto bíblico “Quem está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas
se passaram, eis que tudo se fez novo (2 Co 5.17). Ainda que esta
mudança seja um pouco lenta, para alguns, porém, é alcançada. O
horizonte começa a iluminar-se. Os tentáculos do passado são quebrados.
Vislumbra-se a cada passo, bênçãos, alegria, recomeço e vida. Quando um
temporal de adversidade vem, estas pessoas logo lançam sobre Ele toda
ansiedade, porque tem cuidado delas”, (1Pe 5.7)
Embora saibamos que
este é o ideal, sabemos também que há um fosso enorme entre o ideal e o
real. Grande é o contingente que não consegue abraçar com facilidade as
promessas, a dimensão da nova vida em Cristo que lhes é oferecida. A
experiência no ministério pastoral nos assegura que um número elevado de
pessoas crentes continua em desequilíbrios emocionais, perturbadas,
deprimidas e com enormes dificuldades em vivenciar a alegria espiritual
da presença de Deus em suas vidas.
No aconselhamento
pastoral com cunho terapêutico é possível ouvir essas pessoas,
compreender a dinâmica dos problemas e estabelecer uma experiência
relacional capaz de propiciar um ambiente de cura.
O processo terapêutico é importante porque novamente a experiência comprova que, muitos pacientes, mesmo ouvindo pregações com frequência, mesmo aquelas mensagens que abordem seus problemas, essas pessoas não avançam em nenhuma melhora. Mas quando se sentem acolhidas, ouvidas, compreendidas e aceitas, logo apresentam sinais de progresso. Em outras palavras, as pessoas querem se sentir "gente", amadas e encontrando significado e interagindo com um seu semelhante.
Observe que o próprio
Jesus teve vários encontros a sós, com pessoas de diferentes níveis,
para oportunizá-las um diálogo e poderem ser ajudadas em seus
respectivos problemas específicos. O aconselhamento pastoral propicia à
pessoa a oportunidade de resgatar ou encontrar a dignidade e o
equilíbrio emocional que tantos precisam.
Em Cristo,
Edmilson Santos
Por: Sebastião Samuel da Silva
Irmão Edmilson
ResponderExcluirA Paz do Senhor
Fiz uma visita no blog do senhor e achei interessante. Estou me tornando seguidor de seu blog e gostaria que o irmão visitasse o meu blog também e torna-se seguidor dele. O meu blog possui estudos bíblicos e notícias religiosas que saem na imprensa. O irmão vai gostar. Deus abençoe.
Rafael Carlos
fidelidadeajesus.blogspot.com