Adoração no Éden
Ocapítulo
1
de Gênesis registra a história de Adão e Eva em seu novo lar.
O Criador do Universo havia acabado de planejar e formar um belo planeta
novo, coroando Sua obra com a criação da primeira família. O mundo saiu
perfeito de Suas mãos; em sua própria maneira, a Terra deve ter sido uma
extensão do Céu.
Em Gênesis
2:1-3 outro elemento é acrescentado: a separação e santificação do sétimo
dia, ato ligado diretamente à Sua obra de criação dos céus e da Terra, ato que
constitui a base do quarto mandamento, que reserva um dia para adorar de modo
especial. Embora as Escrituras não digam, é possível imaginar o tipo de
adoração que esses seres imaculados, na perfeição da criação, dedicavam ao
Criador, que havia feito tanto por eles (mal sabiam eles, naquele momento, o
quanto Ele acabaria fazendo realmente em seu favor!).
1.
Leia Gênesis
3:1-13. Que mudanças ocorreram no relacionamento de Adão com o Criador? (v.
8-10). Como Adão respondeu às perguntas de Deus? (v.
11-13). O que isso revela sobre o que lhe havia ocorrido?
Depois da
queda, apareceu uma série de elementos que certamente não existiam antes. Da
mesma forma, em um momento de desobediência, foi alterado todo o tecido moral
desses seres. Em lugar do amor, confiança e adoração, o coração deles se encheu
de medo, culpa e vergonha. Em vez de desejar a santa presença de Deus, eles se
esconderam. O pecado quebrou seu relacionamento com Deus, que certamente
afetava a maneira pela qual eles O adoravam. A estreita e íntima comunhão com
Deus da qual haviam desfrutado (Gn
3:8), agora teria outra forma. Na verdade, quando Deus Se aproximou, eles
se “esconderam” de Sua presença. Sentiam tanta vergonha, culpa e medo, que
fugiram daquele que os havia criado.
Que
imagem forte do que o pecado produziu e ainda produz em nós!
Pense
em momentos de sua vida em que alguma experiência, talvez algum pecado, tenha
feito você sentir culpa, vergonha e desejo de se esconder de Deus. Como isso
afetou seus hábitos de oração? Isso afetou sua capacidade de adorá-Lo de todo o
coração? Não é um sentimento agradável, não é mesmo?
Adoração fora do Éden
Após sua expulsão, Adão e Eva passaram a viver fora do paraíso do Éden. Embora a primeira promessa evangélica fosse dada a eles ainda no Éden (Gn 3:15), a Bíblia só mostra sacrifícios sendo oferecidos no ambiente fora do Éden (não obstante se possa inferir de Gênesis 3:21 algo dessa natureza, o texto em si não diz nada sobre sacrifício ou adoração). Em Gênesis 4, porém, com a história de Caim e Abel, pela primeira vez um sistema de sacrifícios foi explicitamente revelado.
2. Leia atentamente a primeira história
registrada de um culto de adoração (Gn
4:1-7). Por que a oferta de Caim não foi aceitável a Deus e a de Abel foi?
Caim e Abel representam duas classes de adoradores que têm existido desde a
queda. Ambos construíram altares. Ambos foram adorar a Deus com ofertas. Mas
uma oferta foi agradável a Deus e a outra, não.O que fez a diferença? A resposta tem que ser entendida no contexto da salvação pela fé somente, o evangelho, que foi apresentado primeiramente a Adão e Eva no Éden, embora o plano da salvação tenha sido elaborado antes da fundação do mundo (Ef 1:4; Tt 1:2).
A oferta de Caim representava a tentativa de obter salvação pelas obras, a base de toda religião e adoração falsas. O fato é que o abismo entre o Céu e a Terra é tão grande, tão profundo, que os seres humanos nunca poderiam atravessá-lo. A essência do legalismo, da salvação pelas obras, é a tentativa humana de fazer exatamente isso.
Em contrapartida, por sua oferta de um animal, Abel revelou (embora de forma débil) a grande verdade de que só a morte de Cristo, alguém igual a Deus (Fp 2:6), poderia justificar o pecador diante de Deus.
Recebemos assim uma lição poderosa: toda adoração verdadeira deve estar centralizada na compreensão de que somos impotentes para salvar a nós mesmos, e de que todas as tentativas de obter salvação pelas obras são manifestações da ação de Caim. A verdadeira adoração deve estar fundamentada na constatação de que somente através da graça de Deus podemos ter esperança de vida eterna.
Examine seus próprios pensamentos, motivos e sentimentos a respeito da adoração. Sua devoção está centralizada em Cristo, ou você se concentra demais em si mesmo?
Em Cristo,
Edmilson Santos
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