TÍTULO
Podemos chamá-lo de SALMO DO MESSIAS, O PRÍNCIPE, pois
apresenta, como se fosse uma visão maravilhosa, o povo tumultuado contra o
ungido do Senhor, o propósito resoluto de Deus de exaltar seu próprio Filho, e
o reinado final desse Filho sobre todos os seus inimigos.
Recordemos com o olho da fé, vendo, como num espelho, o
triunfo de nosso Senhor Jesus Cristo sobre todos os seus inimigos. Louth fez os
seguintes comentários sobre este salmo: "O estabelecimento de Davi sobre o
seu trono, não obstante a oposição feita pelos seus inimigos é o assunto do
salmo. Davi o mantém em dois planos, literal e alegórico. Se lemos o salmo inteiro,
primeiro com o olho literal de Davi, o sentido é óbvio, e se situa acima de
qualquer
disputa com a história sagrada. Há mesmo um brilho
descomunal na expressão das figuras de linguagem, e a maneira de dizer é até
exagerada de vez em quando, como se fosse de propósito para sugerir, e
levar-nos a contemplar, os assuntos mais elevados e importantes que nisso se
ocultam. Depois deste aviso, se virmos o salmo, desta vez, relacionando-o com a
pessoa e os interesses do Davi espiritual, uma nobre série de eventos surge à
vista
imediatamente, e o sentido se torna mais evidente, além de
mais exaltado. O colorido que talvez pareça muito ousado e gritante para o rei
de Israel, não mais parecerá quando colocado sobre seu grande antítipo.
Depois de considerarmos com atenção os assuntos
separadamente, se os considerarmos juntos, contemplaremos a beleza e majestade
plena deste charmosíssimo poema. Perceberemos os dois sentidos muito distintos
um do outro, mas que agem em perfeita harmonia, e mantêm uma semelhança
admirável em cada aspecto e feição, enquanto a analogia entre eles é
preservada com tanta exatidão, que qualquer dos dois pode
ser aceito como o original do qual o outro foi copiado. Nova luz é lançada
continuamente sobre a fraseologia, nova importância e dignidade são
acrescentadas aos sentimentos, até que, ascendendo aos poucos das coisas inferiores
para as superiores, dos afazeres humanos aos divinos, eles elevam o grande tema
e, finalmente, o colocam na altura e resplandecência do céu."
DIVISÃO
Este salmo será melhor entendido se for visto como um
retrato quádruplo. Nos versículos 1, 2,3, as nações rugem; de 4 a 6, o Senhor
nos céus caçoa deles; de 7 a 9, o Filho proclama o decreto; e de 10 ao final,
aconselha-se os reis a concederem obediência ao ungido do Senhor.
Esta divisão não é só sugerida pelo sentido, mas é garantida
pela forma poética do salmo, que cai de forma natural em quatro estrofes de
três versículos cada.
DICAS PARA O PREGADOR
Salmo inteiro. Mostra-nos a natureza do pecado e seus
terríveis resultados se pudesse reinar.
VERS. 1. Nada há que seja mais irracional do que a irreligião, a
descrença. Um tema de peso. As razões pelas quais os pecadores se rebelam
contra Deus, declaradas, refutadas, lamentadas e arrependidas.
A demonstração culminante do pecado humano no ódio do homem
para com o Mediador.
VERS. 1 e 2. Oposição ao evangelho, irracional e inútil.
VERS. 1 e 2. Estes versículos mostram que é vã toda a confiança no
homem, no trabalho de Deus. Como os homens fazem oposição a Cristo, não é bom
depositar nossa confiança na multidão por ser numerosa, nem nos sinceros pelo
seu zelo, nem nos poderosos por sua aprovação, ou nos sábios por seus
conselhos, visto que todos esses na maioria das vezes são contra Cristo em vez
de a favor dele.
VERS. 2. "O maior julgamento que já foi registrado"
(Sermão de Spurgeon).
VERS. 3. O motivo real de haver oposição dos pecadores à verdade de
Cristo, ou seja, seu ódio contra as restrições da piedade.
VERS. 4. Deus zomba dos rebeldes, tanto agora como no além.
VERS. 5. A voz da ira. Um de uma série de sermões sobre as vozes dos
atributos divinos.
VERS. 6. A soberania de Cristo.
1. A oposição a ela: "Porém (ARA)."
2. A certeza de sua existência: "Eu mesmo
estabeleci."
3. O poder que o mantém: "Eu estabeleci."
4. O lugar de sua manifestação: "Em Sião, no meu santo
monte."
5. As bênçãos fluem dela.
VERS. 7. O decreto divino a respeito de Cristo, ligado aos decretos
de eleição e providência. Jesus reconhecido como filho de Deus.
Este versículo nos ensina a declarar fielmente, e a
reivindicar humildemente, os dons e chamado que Deus nos conferiu (Thomas
Wilcocks).
VERS. 8. A herança de Cristo (William Jay).
A oração indispensável: Jesus precisa pedir.
VERS. 9. A ruína dos maus. É certa, irresistível, terrível,
completa, irreparável, "como uma vasilha de oleiro".
A destruição de sistemas de erro e opressão que é esperada.
O evangelho é um bastão de ferro capaz de quebrar vasilhas feitas pelo homem.
VERS. 10. A verdadeira sabedoria, digna para reis e juízes, se acha
em obedecer a Cristo. O evangelho é uma escola para aqueles que querem aprender
a governar e julgar bem. Eles poderão considerar seus princípios, seu modelo,
seu espírito.
VERS. 11. Experiência mista. Veja o caso das mulheres voltando do
sepulcro (Mateus 28.8).
Isso pode ser apresentado como assunto muito consolador, se
o Espírito Santo dirigir a mente do pregador.
A verdadeira religião, um composto de muitas virtudes e
emoções.
VERS. 12. Um convite sincero.
1. A ordem
2. O argumento.
3. A bênção sobre os obedientes (Sermão de Spurgeon).
Última
cláusula - Natureza, objetivo e bênção da fé salvadora.
Em Cristo,
Edmilson Santos
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